Em poucas palavras, Tormenta 20 ta com diferenças estruturais
em muita coisa, posso falar apenas sobre
minha opinião, não posso dizer por outros narradores ou analisar o mercado
muito amplamente, mas o que importa
neste ponto é dizer : “Ele esta bom? Pode melhorar?”
- Sim. Ele está bom.
- Mas sim, Ele ainda pode melhorar.
Primeiro quero dizer algo para quem esta lendo, eu dei uma
nota 8 para o sistema que foi apresentado no playteste, vou falar o que gostei
e o que não gostei, se a resenha ajudar a mudar os pontos que não gostei, então ficarei feliz de mudar minha nota,
quando receber meu livro definitivo.
As mudanças mais importantes que preciso pontuar antes de
dizer o que gostei ou não gostei:
A mudança nas raças não é tão significante quanto a mudança
nas classes, as mudanças seguem a linha do D&D 4e, que adiciona poderes de
classe, porem com uma pegada diferente, este novo modo de estruturar as classes
é peculiar, ele monta uma base de
customização bastante ampla, o que me dá um pé atrás é duas modificações em classes que eu gosto de jogar em
particular. Mas fora isso a ideia de
dois guerreiros serem customizados e possuírem habilidades completamente
diferentes ficou muito atrativa. Você pode escolher um poder de classe em um
novo nível, assim sendo você pode ter um poder e outro da sua mesma classe pode escolher outro poder diferente.
Bacana, conjuradores tem magias e poderes de classe alem de poderes que são
fixos de certos níveis, eu em particular gostei muito da ideia.
A pontuação de vida fixa continua e a novidade das classes é
a aquisição de pontos de MANA.
Ao invés de Pontos de magia (PMs) agora todas as classes tem
Pontos de Mana (PMs?) para usar suas habilidades, ficando mais fácil um
personagem ser multiclasse. (Magias e habilidades usam os mesmos pontos.) Uma
classe em especial me deixou descontente, foi o Bardo.
Bardo em minha concepção
era a classe melhor representada no Tormenta, nem o bardo de D&D5 estava
tão bacana de se jogar quanto o de Tormenta. Ele foi nerfado no tormenta 20... Agora o bardo não usa magia
em seu primeiro nível. Suas canções estão idênticas mas só pode acessar
qualquer efeito mágico a partir do 2º nível, em eventos e uso personagens de 1
nível, no D&D5 a XP para se passar deste nível diminuiu muito, ninguém passa
mais do que 1 ou duas cessões no 1º nível, em tromenta 20 temos valores
parecidos com os clássicos, o que garante 3 a 4 cessões no 1º nível se houver
um combate por cessão. Jogar neste nível com o mago ou o bardo não “Foi muito
divertido” segundo constatei, em contrapartida
jogar com as classes combatentes foi mais fluido.
A mudança foi interessante, Paladino está bem legal, e não
posso reclamar de guerreiro, alem de sentir um desconforto com a saída do monge
para dar lugar ao lutador. (Troca-se o artista marcial pelo brigão de rua....
me senti desconfortável, mais alguém? Falem em suas analises sobre isso vejamos
se o brigão de rua não é subistituido de volta pelo monge, ou continua junto do
monge.)
2) Mudamos as Magias, para menos quantidade com maior
qualidade?
A mudança no sistema
de magias também deixou os conjuradores um pouco menos poderosos em níveis menores,
mas isso discutirei a frente, quando jogar efetivamente com um mago. O foco
aqui é que o Bardo ficou menos mágico,o Mago
ficou menos mágico e o Clérigo tá normal.
As magias de custo zero ou truques agora não existem mais,
tudo gasta PM (pontos de mana) e este recurso ainda é difícil de se recuperar,
Não recupera com descanso curto, recupera com uma noite de sono completa
seguido de uma hora de memorização (para um tipo de mago), não é muito atrativo
mas vamos ao ponto bom, Magia em níveis maiores é muito poderosa,um exemplo de
magia de nível baixo: 1º Circulo – Dardo
místico. se você tem a magia Dardo místico que causa
2d4+2 ao custo de 1 PM, ela pode virar uma “Lança mística” ao custo de +4PMs (5
PMs), um mago em nível baixo tem poucos PMS, mas em níveis maiores terá o
suficiente para usar sempre a versão mais forte.
O chato para um multiclasse é ter de decidir entre usar uma
habilidade maneira de sua classe ou sua magia. (Ambas consomem pontos de mana.)
3) Sistema de histórico. (Não, não é igual ao do Dragon
age...)
O histórico lembra os antecedentes de D&D5, assim como
eles influencia em suas habilidades, no D&D 5e cada um dá uma vantagem
narrativa, aqui no tormenta20 eles dão treinamento em pericias. Há uma regra
para criação de histórico que permite mudar isso por uma vantagem mecânica simples mas uma
pericia treinada é mais interessante.
Agora que falei estes pontos de destaque, vamos a minha
opinião jogando como narrador em uma mesa de playteste. (Fora eu ter feito as
fichas de 4 classes para o caso de ter a oportunidade de jogar como jogador
posteriormente.)
O que gostei:
Os combates foram mais simples de coordenar,inimigos com
poucos pvs garantiram Combates mais
rápidos mesmo com “nível 1”, fácil entendimento das mecânicas de combate por todos os jogadores, cálculos mais simples para
armas e armaduras, calculo de pontos de vida simples alem, de sistema de
criação de personagens fácil e amigável para se criar fichas, Históricos para ajudar a guiar interpretação.
Não tenho reclamações ou apontamentos para as raças, e a ideia de simplificar “tudo”
nos passos para a criação de um novo personagem me foi muito bem vinda. (Pontos
extras por Adicionar o “golpe divino” a
lista de poderes não restritos pelo Alinhamento de personagem.) A classe “Inventor” foi a adição mais interessante e
divertida as classes básicas. (acho que terei muitos Engenhoqueiros Goblins em campanhas de T20.)
O que não gostei:
Preencher tabelas de Pericias ( eu não gosto delas e mesmo
tendo uma simplificação ainda tenho pouca paciência pra calcular todas as
pericias de uma ficha...) , o jogo está menos mágico que o anterior, se
enquadrando em uma fantasia menos mágica do que a que estou acostumado a narrar
no cenário, está mais pra “senhor dos anéis” que pra “Final fantasy”, se for manter
a magia sem os truques ou as preces, vai ser mecanicamente muito difícil alguém
se divertir jogando de mago nos primeiros níveis . A única Classe que não
gostei de estar no livro básico foi “Nobre”. Entre ter ela e ter o “Dragon
slayer”, “Espachim místico” ou “trapaceiro arcano” acho que na minha visão, Nobre esta sobrando
e uma destas classes está faltando, fora a substituição do “monge” que me
causou desconforto.
Finalmente dizendo em
resumo.
Somando tudo e vendo que no playteste não tive a
oportunidade de narrar mais do que uma aventura, e ainda não joguei como jogador até o presente
momento, Tormenta 20 está mais simples em uns aspectos e menos mágico em
outros, algumas pessoas gostam desse
lance de conter recursos acham bacana, mas outros como eu gostam de se sentir acima
de tudo “Heroicos”, Old dragon que é um
sistema “OSR” tem elementos mágicos restritos mas ainda me dá uma impressão de heroísmo
por não ser focado em contagem de recursos, como narrador é muito bom ver os
jogadores fluindo na história e atacando monstros de forma brava e heroica, se escondendo e até
fugindo quando em desvantagem, mas não se poupando de serem heroicos, para
poder terminarem a aventura com “pontos não usados”, penso em
abolir a restauração de mana apenas por “descanso prolongado” e dar ela por “descanso
curto”, Para incentivar os jogadores a
não hesitarem tanto de gastarem seus
pontos. Destaque no mago que passou a aventura todo usando seu arco curto para não
gastar sua (Segundo ele) restrita reserva de magia.
“- Não posso usar luz, o ponto que gastaria com isso devo
guardar pra usar uma magia de defesa ou ataque....” - Oliver Ramir, Mago Lefou de olhos vermelhos.
Em aventuras de tormentaRPG, magias como “Luz” e “som fantasma”
são muito usadas pelo bardo, porem a impressão que ficou é que em Tormenta20 usar uma
delas roubaria o ponto precioso, que seria usado em um mísseis mágicos no combate
do fim do dia.
Tirando este ponto principal dos PMs ser um recurso que nos
primeiros níveis se mostra difícil de repor, creio que em níveis maiores isso
não seja tão restritivo. Por isto uma
nota 8 de 10 para o sistema como está no playteste, quero ver as alterações do
sistema final para ver se será divertido para os conjuradores de nível inferior
ao “3º” jogar no sistema.
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