domingo, 7 de julho de 2019

Tormenta 20 - Analisando o Playteste




Em poucas palavras, Tormenta 20 ta com diferenças estruturais em muita coisa, posso falar apenas  sobre minha opinião, não posso dizer por outros narradores ou analisar o mercado muito amplamente,  mas o que importa neste ponto é dizer : “Ele esta bom? Pode melhorar?”

- Sim. Ele está bom.

- Mas sim, Ele ainda pode melhorar.

Primeiro quero dizer algo para quem esta lendo, eu dei uma nota 8 para o sistema que foi apresentado no playteste, vou falar o que gostei e o que não gostei, se a resenha ajudar a  mudar os pontos que não gostei,  então ficarei feliz de mudar minha nota, quando receber meu livro definitivo.
As mudanças mais importantes que preciso pontuar antes de dizer o que gostei ou não gostei:



















1) Mudou tudo nas classes: “Por que isso?”
A mudança nas raças não é tão significante quanto a mudança nas classes, as mudanças seguem a linha do D&D 4e, que adiciona poderes de classe, porem com uma pegada diferente, este novo modo de estruturar as classes é peculiar, ele monta  uma base de customização bastante ampla, o que me dá um pé atrás é duas modificações  em classes que eu gosto de jogar em particular.  Mas fora isso a ideia de dois guerreiros serem customizados e possuírem habilidades completamente diferentes ficou muito atrativa. Você pode escolher um poder de classe em um novo nível, assim sendo você pode ter um poder e outro da sua mesma  classe pode escolher outro poder diferente. Bacana, conjuradores tem magias e poderes de classe alem de poderes que são fixos de certos níveis, eu em particular gostei muito da ideia.
A pontuação de vida fixa continua e a novidade das classes é a aquisição de pontos de MANA.
Ao invés de Pontos de magia (PMs) agora todas as classes tem Pontos de Mana (PMs?) para usar suas habilidades, ficando mais fácil um personagem ser multiclasse. (Magias e habilidades usam os mesmos pontos.) Uma classe em especial me deixou descontente, foi o Bardo.
Bardo  em minha concepção era a classe melhor representada no Tormenta, nem o bardo de D&D5 estava tão bacana de se jogar quanto o de Tormenta. Ele foi nerfado  no tormenta 20... Agora o bardo não usa magia em seu primeiro nível. Suas canções estão idênticas mas só pode acessar qualquer efeito mágico a partir do 2º nível, em eventos e uso personagens de 1 nível, no D&D5 a XP para se passar deste nível diminuiu muito, ninguém passa mais do que 1 ou duas cessões no 1º nível, em tromenta 20 temos valores parecidos com os clássicos, o que garante 3 a 4 cessões no 1º nível se houver um combate por cessão. Jogar neste nível com o mago ou o bardo não “Foi muito divertido” segundo constatei,  em contrapartida jogar com as classes combatentes foi mais fluido.
A mudança foi interessante, Paladino está bem legal, e não posso reclamar de guerreiro, alem de sentir um desconforto com a saída do monge para dar lugar ao lutador. (Troca-se o artista marcial pelo brigão de rua.... me senti desconfortável, mais alguém? Falem em suas analises sobre isso vejamos se o brigão de rua não é subistituido de volta pelo monge, ou continua junto do monge.)  

2) Mudamos as Magias, para menos quantidade com maior qualidade?
 A mudança no sistema de magias também deixou os  conjuradores  um pouco menos poderosos em níveis menores, mas isso discutirei a frente, quando jogar efetivamente com um mago. O foco aqui é que o Bardo ficou menos mágico,o  Mago ficou menos mágico e o Clérigo tá normal.
As magias de custo zero ou truques agora não existem mais, tudo gasta PM (pontos de mana) e este recurso ainda é difícil de se recuperar, Não recupera com descanso curto, recupera com uma noite de sono completa seguido de uma hora de memorização (para um tipo de mago), não é muito atrativo mas vamos ao ponto bom, Magia em níveis maiores é muito poderosa,um exemplo de magia de nível baixo:  1º Circulo – Dardo místico.   se você tem a magia Dardo místico que causa 2d4+2 ao custo de 1 PM, ela pode virar uma “Lança mística” ao custo de +4PMs (5 PMs), um mago em nível baixo tem poucos PMS, mas em níveis maiores terá o suficiente para usar sempre a versão mais forte.
O chato para um multiclasse é ter de decidir entre usar uma habilidade maneira de sua classe ou sua magia. (Ambas consomem pontos de mana.)

3) Sistema de histórico. (Não, não é igual ao do Dragon age...)
O histórico lembra os antecedentes de D&D5, assim como eles influencia em suas habilidades, no D&D 5e cada um dá uma vantagem narrativa, aqui no tormenta20 eles dão treinamento em pericias. Há uma regra para criação de histórico que permite mudar isso  por uma vantagem mecânica simples mas uma pericia treinada é mais interessante.


Agora que falei estes pontos de destaque, vamos a minha opinião jogando como narrador em uma mesa de playteste. (Fora eu ter feito as fichas de 4 classes para o caso de ter a oportunidade de jogar como jogador posteriormente.)

O que gostei:
Os combates foram mais simples de coordenar,inimigos com poucos pvs garantiram  Combates mais rápidos mesmo com “nível 1”, fácil entendimento das mecânicas de combate  por  todos os jogadores, cálculos mais simples para armas e armaduras, calculo de pontos de vida simples alem, de sistema de criação de personagens fácil e amigável para se criar fichas,    Históricos para ajudar a guiar interpretação. Não tenho reclamações ou apontamentos para as raças, e a ideia de simplificar “tudo” nos passos para a criação de um novo personagem me foi muito bem vinda. (Pontos extras por Adicionar o  “golpe divino” a lista de poderes não restritos pelo Alinhamento de personagem.) A classe  “Inventor” foi a adição mais interessante e divertida as classes básicas. (acho que terei muitos Engenhoqueiros  Goblins em campanhas de T20.)

O que não gostei:
Preencher tabelas de Pericias ( eu não gosto delas e mesmo tendo uma simplificação ainda tenho pouca paciência pra calcular todas as pericias de uma ficha...) , o jogo está menos mágico que o anterior, se enquadrando em uma fantasia menos mágica do que a que estou acostumado a narrar no cenário, está mais pra “senhor dos anéis” que pra “Final fantasy”, se for manter a magia sem os truques ou as preces, vai ser mecanicamente muito difícil alguém se divertir jogando de mago nos primeiros níveis . A única Classe que não gostei de estar no livro básico foi “Nobre”. Entre ter ela e ter o “Dragon slayer”, “Espachim místico” ou “trapaceiro arcano”  acho que na minha visão, Nobre esta sobrando e uma destas classes está faltando, fora a substituição do “monge” que me causou desconforto.


Finalmente  dizendo em resumo.
Somando tudo e vendo que no playteste não tive a oportunidade de narrar mais do que uma aventura,  e ainda não joguei como jogador até o presente momento, Tormenta 20 está mais simples em uns aspectos e menos mágico em outros,  algumas pessoas gostam desse lance de conter recursos acham bacana, mas outros como eu gostam de se sentir acima de tudo “Heroicos”,  Old dragon que é um sistema “OSR” tem elementos mágicos restritos mas ainda me dá uma impressão de heroísmo por não ser focado em contagem de recursos, como narrador é muito bom ver os jogadores fluindo na história e atacando monstros  de forma brava e heroica, se escondendo e até fugindo quando em desvantagem, mas não se poupando de serem heroicos, para poder  terminarem  a aventura com “pontos não usados”, penso em abolir a restauração de mana apenas por “descanso prolongado” e dar ela por “descanso curto”,  Para incentivar os jogadores a não hesitarem tanto de  gastarem seus pontos. Destaque no mago que passou a aventura todo usando seu arco curto para não gastar sua (Segundo ele) restrita reserva de magia.



“- Não posso usar luz, o ponto que gastaria com isso devo guardar pra usar uma magia de defesa ou ataque....” - Oliver Ramir, Mago Lefou de olhos vermelhos.

 Em aventuras de tormentaRPG, magias como “Luz” e “som fantasma” são muito usadas pelo bardo, porem a impressão que ficou é que em Tormenta20 usar uma delas roubaria o ponto precioso, que seria usado em um mísseis mágicos no combate do fim do dia.

Tirando este ponto principal dos PMs ser um recurso que nos primeiros níveis se mostra difícil de repor, creio que em níveis maiores isso não seja tão restritivo.  Por isto uma nota 8 de 10 para o sistema como está no playteste, quero ver as alterações do sistema final para ver se será divertido para os conjuradores de nível inferior ao “3º” jogar no sistema.
Se ainda não apoiou o Tormenta 20, hoje é seu ultimo dia para apoiar o maior financiamento  coletivo de RPG do Brasil.